I thought the past would last me but the darkness got there too
written by Tenie at sexta-feira, 31 de outubro de 2025

I caught the darkness
It was drinking from your cup
I caught the darkness
Drinking from your cup
I said, "Is this contagious?"
You said, "Just drink it up."

Darkness - Leonard Cohen

Feliz dia das bruxas e dos sacis! 🎃🎃🎃
Foi um mês ocupado e preocupado, não consegui fazer nada temático e, por fim, estou agora com uma crise de sinusite e um prazo apertado para o próximo trabalho. A bruxa está solta, de fato.
Porém, de última hora, me deu uma vontade danada de checar duas séries da Rede Globo que eu queria ver há um tempão: Supermax (2016) e Amorteamo (2015). Chequei os dois nessa ordem: vi Supermax primeiro, depois fiquei na abstinência do final, e aí fui ver Amorteamo, que poderia se chamar Deus, o Diabo e Tim Burton na Terra do Sol. Comento depois.

Supermax é sobre um reality show em que todos os participantes foram condenados por algo. O ganhador recebe 2 milhões de reais... É um BBB edgelord. E o Bial que apresenta - adoraria que eles fizessem uma segunda temporada e colocassem o Tadeu hahaha
Temos a abertura do reality, a primeira prova, as tretas de reality, só que com cada um cabreiro de qual crime o outro cometeu. E, de repente, as comunicações param. A comida para de chegar, a produção some. Os participantes percebem que estão por conta própria - e isso é só o começo das coisas estranhas que vão acontecer
Eu cheguei a ter pesadelos com a série antes de terminar, achei uma delícia ver uma história que vai pra cama com você, que te assombra! Como estou acostumada ao horror e ao gênero, é difícil achar uma história que fique comigo. Dou muito crédito para uma que consegue.
Temos um cast variado de personagens, alguns baseados em crimes reais, outros nem tanto, e alguns mais obviamente dentro da caixinha de paladino do que outros. Mas você aprende a entender alguns desses personagens com o tempo. Meu favorito era o Padre Nando, porque via nele um personagem a la Padre Karras, de O exorcista, em conflito com sua fé pois, apesar da fé, a ação do homem é tirânica demais, corruptora demais. E da personagem da Cléo Pires eu aprendi a gostar, mas bem devagarinho. Se fosse outra atriz, acho que teria gostado mais, achei ela o elo mais fraco em termos de atuação. Artur foi outro personagem que eu aprendi a gostar, em quem fizeram um trabalho magistral de profundidade.
Supermax tem aquela coisa meio desajeitada de uma série do final dos anos 2010, mas é uma série tão boa? Ela é muito certeira em como amarra sua história, muito cuidadosa ao tecer seus personagens, e até a escolha da música de abertura eu achei genial (a abertura é, justamente, Darkness de Leonard Cohen).
Leonard Cohen é muito conhecido por ter escrito Hallellujah e suas músicas têm uma influência judia inegável. Eu o conhecia por músicas como Anthem e Dance me to the end of love, músicas que têm como tópico esperança e amor. Darkness parece uma versão de Cohen às avessas, o que é incrível. E a edição dele ao longo dos episódios foi magistral.
Supermax traz temas de religião e de crença, e de como cada um reage quando tem suas crenças desafiadas por outras pessoas ou por eventos - naturais ou sobrenaturais. Usar uma música sombria do homem conhecido por Hallellujah só amarra ainda mais o tema de que há escuridão em todos nós.
Achei que o último capítulo deveria ser dois. Foi corrido, parecia que faltavam cenas.
A Globo claramente queria uma segunda temporada que não aconteceu, então a história termina em um gancho bastante meh. Mas isso não me tirou o quão divertido foi todo o resto, um sólido 9/10, injustiçado pelo seu tempo.
Uma memória falsa que eu criei foi que eu jurava que existia um beijo entre a Cléo Pires e a Mariana Ximenes em Supermax, mas claramente inventei isso na minha cabeça... 😵‍💫
Aí eu tava na fissura de ver séries brasileiras de horror. Acho horror nacional um must, uma mistura eclética que só se acha no Brasil - vide meu mestrado, que foi em contos brasileiros de horror.
Eu queria ver aquela série com o Selton Melo tudo pro Selton, nada pro Danton! que era bem gótica, de um médico que curava ou algo assim. Dei Google, chamava A cura (2010).
Mas o Globoplay não tinha essa, então eu finalmente fui ver Amorteamo, porque eu adorei várias escolhas de elenco e o estilo Tim Burton de Cordel da história.
E Amorteamo é bem Tim Burton de cordel mesmo. É uma história de amor bem inconsistente, por vezes um pouco maçante, mas divertida e gostosinha. E amo, amo, amo ver Letícia Sabatella em QUALQUER COISA.
Especialmente se for algo mais "de época"/fantasioso. Ela é muito uma das minhas crushes primordiais.
Johny Massaro estava muito crush e muito sadboy Tim Burton nessa série.
A trilha sonora era boa, muito boa.
O elenco segurava bem, muitos estavam muito bons, incorporando essa coisa gótica nordestina (o livro Gótico Nordestino inclusive está na minha lista e na minha mesa de cabeceira), mas a Marina Ruy Barbosa estava... Bom. Perto de monstros sagrados de atuação como Letícia Sabatella, Tônico Pereira e Guta Stresser, ela contribuía para a inconsistência da história. A Cléo ainda salvou a personagem de última hora, mas nesse caso.
Achei o final esquisito. 7/10, ela foi ok.
Agora Supermax é uma série que eu vou revisitar com prazer.
Eu diria que Amorteamo é uma pedida pra quem gosta de Tim Burton e um horrorzinho mais amigável, mais leve. Supermax é para quem está afim de um terror pesadão.
Ficam aí minhas indicações para uma semana assustadora!
E esperamos que Novembro tá acabando o anoooooo seja muito generoso com nós todes!
Se cuidem e continuem assustadores!



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Mestra Tenie dos Horrores. Touro, INFJ, 4w5. Nerd e CDF. Bi e apaixonada.
Graduada em MKT e mestre em EC, tech em IT. Gosto de gatos e livros (e HQs), de sorvete e milkshake, coisas fofas e coisas assustadoras, playlists estilo Alpha FM. Sempre amei blogar pelo prazer de fazer um post, escolher os gifs, comentar nos bloguinhos amigos, e ficar de boas nesse semi-anonimato. Atualmente em uma crise existencial por causa do Labubu.


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