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O Kakumei é meu porto seguro no meio do mar revolto da internet desde 2006. Como toda navegante, eu sempre volto pro Kakumei e pro mar de nadas da internet. Bem-vinde ♥

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Tenie. CDF e nerd, muito cansada. Gosto de gatos e livros (e HQs), de sorvete e milkshake, coisas fofas e coisas assustadoras, playlists estilo Alpha FM. Sempre amei blogar pelo prazer de fazer um post, escolher os gifs, comentar nos bloguinhos amigos, e ficar de boas nesse semi-anonimato.

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Arte de Solanin (Asano Inio, 2005-06)
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Interrompemos este blog por motivos de responsabilidades maiores
written by Tenie at domingo, 27 de setembro de 2015

Oi, gentes! Tudo em cima?
Espero que sim.
Bom, eu andei sumida porque meu mês de Agosto durou 2 meses. Senta que lá vem história, queridins da Tenie.
Em Agosto, eu tive uma crise forte de sinusite, horrível. Quando eu estava sarando, peguei uma gripe fortíssima do meu excelentíssimo papito, que era a dita da qual eu falei num dos dois últimos posts. Até aí, com sinusite e gripe, eu fui pra faculdade e dei o sangue - mas não estudei nada em casa. Isso porque tive uma semana de descanso no começo do mês, aí eu pude me recuperar melhor da gripona que eu peguei.
PORÉM, como desgraça pouca é bobagem, na sexta-feira da Semana da Pátria... Eu tive os primeiros sintomas de uma conjuntivite do tipo super sayajin de bactéria resistente e fortíssima, com todas as chances de virar conjuntivite crônica (que dura mais de 3 semanas). Também foi presente do meu pai, aliás. Ele e minha mãe, coitados, estão numa tanga com essa conjuntivite.
Como eu não podia sofrer sozinha, minha mãe pegou a gripe e a conjuntivite também. Eu, por motivos misteriosos, tive o melhor quadro e, nessa terceira semana, já estou com o olho pior já quase todo branco e só bem inchado - mas parou de doer e lacrimejar loucamente, apesar da minha vista de um olho estar bem embaçada.
Minha irmã, com uma resistência mágica, não pegou foi nada. Quero ser ela quando eu crescer.
Questão é: Com a conjuntivite, eu não pude ir à faculdade por 2 semanas. Fui só um dia, quarta-feira passada, porque tinha prova. Aí só deu eu, estudando com uma vista toda comprometida, porque um olho meu não abria quase, e uma dor horrorosa na cabeça porque essa porcariazinha não te deixa só com a cara do Quasimodo da Disney, te causa uma dor e um incômodo desgraçados. Até porque, quando você sai na rua com o olho do jeito que o meu tava, todo mundo se afasta 3 metros de você. Assim sendo, lá fui eu, me afastar duas semanas. Fiz tanto esforço no dia anterior e no dia da prova que, na quarta passada, eu acordei e não conseguia abrir o meu olho mais afetado (porque o primeiro olho que pega é sempre o pior. O segundo vai ser bem mais leve, se pegar. Às vezes, com sorte, isso nem rola).
Mas fiz a prova e, até agora, continuo vivendo sem jamais ter perdido um dia de prova na minha vida! Eu tenho algum orgulho disso hahahaha
Resumindo essa choradeira: Agora eu vou ter que correr com as matérias e, portanto, não me vejo voltando ao Kaku tão já.
~Estão ouvindo isso? Barulhinho de chuuuuva! AH, delícia! ~
Eu ainda quero fazer um lay de Dia das Bruxas, mas acho que vai ter que ficar pra depois da semana que vem, porque eu tenho uma puta prova maldita e não sei como vou fazer.
De qualquer forma, eu só vim avisar que eu estou melhorando e que eu vou ficar bem, acho.
Então, é isso. Eu volto quando tiver tempo.
Cuidem-se, ok?
 Kisus, kisus.


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BoJack Horseman
written by Tenie at quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Oi, gentem! ^^/ Tudo certo?
Por aqui, eu estou sobrevivendo. Só sobrevivendo.
Pra não começar a falar de mim, decidi falar de um desenho que eu vi nesses últimos dias e que me conquistou. Senta, que o desenho em questão é uma grata surpresa - principalmente pra mim. Nem eu achei que fosse gostar dele!
Hoje vou falar de BoJack Horseman, desenho original da Netflix, criado por Raphael Bob-Waksberg e com o design da Lisa Hanawalt. Eu li em algum lugar, e eu vou me esforçar pra achar o link, que a ideia da série meio que nasceu do fato de Hanawalt desenhar muitos animais engraçados antropomorfizados e isso meio que inspirou o criador. Ou qualquer coisa assim.


BoJack é um daqueles desenhos "adultos", cheio de humor negro e temáticas tensas (eu vou retomar isso já), e eu só assisti a ele porque eu fiquei muito curiosa. Por motivo nenhum, eu só quis ver.
Confesso, desenhos desse tipo me enojam e eu não tenho nem saco pra me propor a assisti-los. Eu acho, sim, as piadas gastas e vazias, e tenho a impressão de que entrou-se numa época do chocar por chocar. Talvez eu pense isso porque eu tive uma experiência ruim com Simpsons e Family Guy (e toda a programação nojenta do Não Perturbe, do FX), apesar de, pensando agora, eu gostar muito de Futurama e Bob's Burger.
Eu achei que ia odiar Bojack, porque ele me passava muito uma vibe de Californication e Two and a half men, onde toda a história gira em torno do pinto do protagonista e todo o resto é mal feito, especialmente as mulheres, mas tinha que tirar a prova dos nove ou dos cinco. E, de fato, há momentos em que essa animação tem insights dessas duas séries (Na verdade, eu tenho um problema com Two and a half men, mas eu ainda vou ver Californication, porque eu tenho esperanças que, por ser dramática e ter o David Duchoviny e o título fazer referência à música do RHCP, a série seja boa).
Eu estava esperando uma coisa assim de BoJack Horseman. Eu estava esperando personagens pelos quais eu seria incapaz de empatia, com as mesmas piadas falocêntricas e gastas, mulheres que só existiriam para cair de amores pelo protagonista... E, de fato, em alguns momentos, a série foi bem babaca, mas, no geral, a série não foi nada disso. E olha que, pelo protagonista ser um cavalo, as piadinhas falocêntricas seriam a primeira aposta de muuuuito diretor por aí.
Porém, quando eu vi, eu estava vendo dois ou três episódios por dia, e esperando que nunca acabasse. Apesar de a série me machucar, não por subestimar minhas capacidades, não por me representar mal e porcamente (Princess Carolyn e Diane são personagens que eu realmente aprecio, mas eu acho que o BoJack é o meu espírito animal mesmo), não por me tratar como idiota, mas por me trazer situações tão desesperadoras e casuais que eu não poderia evitar de me relacionar e me identificar com elas.
Vamos à história, então.
BoJack Horseman já foi muito famoso. Na cabeça dele, na verdade, ele ainda é super-famoso e importantíssimo. Para BoJack, BoJack é o bonzão. Isso tudo porque, na década de 90, ele esteve no popularíssimo SitCom Horsin' Around (TRIVIA: To horse around, segundo o que eu li, seria tipo... Brincadeira de mão ou qualquer tipo de brincadeira rude ou estuprar alguém segundo o Urban dictionary, essa maldita negação da internet. Uma coisa que nunca dá certo, igual à série do BoJack após a nona temporada ou algo assim. Na série, isso é usado no sentido de "Brinks", btw), que era escrito e dirigido pelo seu melhor amigo, Herb Kazzaz. Na série, BoJack era um cavalo solteirão que acabava virando tutor de 3 crianças humanas e, assim, eles viviam muitas aventuras, enquanto aprendiam e cresciam juntos. (Isso me fez lembrar coisas como Três é demais, mas ninguém nunca disse qual foi a verdadeira inspiração por trás disso). 
Porém, 20 anos depois, BoJack virou um has-been. Se o wannabe quer ser conhecido e famoso, o has-been já foi conhecido e famoso, mas, agora, ele caiu no limbo dos artistas, onde ele não é completamente esquecido, mas também não é lembrado! Ele é o famoso quem,  "AQUELE CARA, SABE? AQUELE CARA DAQUELA SÉRIE! OU SERIA FILME?". Sim, para seu universo, ele "não é aquele cavalo de Horsin' Around?" - o que mata BoJack, porque ele se acha simplesmente incrível e fantástico... Ao mesmo tempo em que ele se acha um lixo. Altas piadas sobre has-beens e esses atores que têm pequenos papéis em tudo quanto é série, mas nunca são realmente conhecidos.
BoJack, apesar de rico, quer voltar aos holofotes. Até porque, ele precisa sustentar Todd, um humano que, um belo dia, dormiu no sofá dele após uma festa e nunca mais saiu de sua casa (O que me fez relacionar BJ ao Charlie Harper, do Two and a half men, que eu odeio. Mas só no começo. Depois eu percebi que o BoJack, na verdade, tem uma alma e foi bem escrito, ao contrário do Charlie, que foi mal escrito e mal atuado pelo Charlie Sheen, que eu também odeio). A diferença é que Todd, além de ser realmente fofo e positivo, ama e admira BoJack de coração, apesar do cavalo só dar coice (Sim, essa piada é de propósito) no coitadinho. Depois, a gente percebe que BoJack, apesar de ser filho da mãe, também gosta do Todd. TRIVIA: Todd é dublado pelo Aaron Paul, do Breaking Bad.
Só que, aparentemente, a única saída para BoJack é escrever sua biografia e estourar com as verdades secretas sobre a vida de celebridade. Ninguém quer isso mais que Princess Carolyn, sua agente e ex-namorada, que é a única pessoa gata cor-de-rosa que realmente trabalha na história, e Pinky, o Pinguim dono da editora (Pinguim, Penguin... Sacaram? A série me ganhou nessa), que está falindo, porque "ninguém lê mais livros!". A degradação financeira do coitado do Pinky é muito engraçada. Porém, os dias voam e nada de Bojack entregar o livro... Então, Pinky lhe indica Diane Nguyen, uma escritora fantasma - e Princess Carolyn o pressiona até que ele aceita.
E a primeira temporada toda gira em torna do processo de desenvolvimento desse bendito livro. Aliás, muito importante, ainda nos anos 90, houve outra série, a Mr. Peanutbutter's House era um sitcom sobre um cachorro solteirão que adotava gêmeas (Zoe e Zelda, TRIVIA: inspiradas na série Irmã ao quadrado)... E daí temos o pseudo-nemesis de BoJack, Mr. Peanutbutter, um labrador ainda bonitão e extremamente animado. BoJack o detesta, mas o cachorrão o adora (o que leva a cenas muito hilárias). Mr. Peanutbutter é um cachorro mesmo, todo feliz e amigável, que é, justamente, namorado de Diane - uma das pessoas mais pessimistas da história toda.
Aliás, amo quando os bichos da série agem como bichos - o que acontece muuuuito mais com o Mr. Peanutbutter, que arruma treta com o carteiro e levanta as orelhas quando alguém toca a campainha ou bate à porta.
Falando nisso, a série não se poupa dos trocadilhos e piadas usando animais, mesmo em sua segunda temporada, quando ganha um tom ainda mais pessimista. E também não se furta de um bom e velho Chekov's gun (Que é aquele objeto que está na cena e tem algum destaque, justamente porque ele logo mais vai ser usado).
Essas são duas coisas que eu gostei muito na série. Ela tem continuidade, nada é esquecido e tudo será usado mais tarde (mais ou menos como na vida, onde aquilo que você faz causa algum impacto na sua vida). E as inofensivas piadas de animais (Como colocar uma coruja pra falar "Who? Who?" duas vezes, por exemplo) são simplesmente fantásticas - e eu recomendaria ver em inglês, se você tem facilidade em entender inglês, porque se você é só leitor de legenda, vai perder os detalhes cuidadosos e hilários que são colocados em cena. [EDIT: Fui ver em português também. As vozes estão perfeitas, exceto pela voz do Todd, que ficou muito forçada e meio ruim, mas, de resto, trabalho excelente. Só que muitas piadinhas e trocadilhos se perderam... Mas eu adoro como o BoJack diz "Minha Virgem" toda hora... Ele virou devoto de Nossa Senhora, mas tudo bem, tá engraçado hahaha]
É um mundo onde bichos antropomorfizados e humanos convivem normalmente e, em momento algum, os humanos são "o que há de normal". Há referências frequentes a produções reais (Como Secretariat, que vira um herói de BoJack, e uma referência muuuuito bacana a Orange is the New Black) e vários cameos de pessoas reais (Como Margo Martindale, outra dessas atrizes que estão em várias produções e que nós nunca lembramos o nome, David Boreanaz, Mila Kunis e até o Paul McCartney - que realmente dublou a si mesmo). E vocês sabem que, todos os atores que fazem aparição na série e não são dublados por eles mesmos têm um destino ruinzinho. Que o diga Andrew Garfield, que terminou quebrando todos os ossos do corpo na animação. (Nenhum deles morreu, btw)
Altas críticas sobre o mundo, sobre o que fazemos pela fama, sobre como negligenciamos uns aos outros... A série é um baita abismo, só que, ao invés de só te olhar quando você olha para ele, o abismo fica te encarando. Como alguém disse no Tumblr, não é uma série boa pra ser vista quatro da manhã, em meio a uma crise existencial. Por outro lado, a série, pra mim, foi uma provocação e um consolo ao mesmo tempo. Provavelmente eu vou revê-la logo.
O universo da série é extremamente pessimista e cruel. Nada nunca dá certo e, quando dá, não é por muito tempo. O mundo esmaga os personagens e, apesar de rirmos disso, há aquela sensação de identificação profunda. BoJack foi uma série que me fez rir e, depois de 5 minutos, perceber o que rolou e começar a chorar.
Os personagens são, pasmem, complexos. Até o Mr. Peanutbutter, que é todo feliz e fofo, o mais puro de todos ali, foi capaz de fazer canalhices para se favorecer. Até a Diane, que era toda decidida e firme, teve sua recaída e passou a mentir e se acabar... Enfim, acho que a premissa principal da série é que, de fato, somos todos pessoas ruins - mas isso não significa que não sejamos capazes de coisas boas ou que não mereçamos compaixão.
E você consegue ver o nosso mundo perfeitamente replicado na cansativa Hollywoo (ex-Hollywood. Não vou dizer porque).
Meus episódios favoritos são aqueles focados na Princess Carolyn (especialmente o da primeira temporada). Porém, eu tenho uma conexão espiritual com o brutalmente verdadeiro e sincero "Hank after Dark". Esse episódio simplesmente jogou as verdades na cara de todo mundo e, no final, eu estava tão chocada e tão triste que eu precisei parar de ver a série (Não apenas pelo plot principal, da Diane, mas pelo plot B do Todd, que foi incrível).
Eu não diria que a série é Sexo, drogas e Rock n' Roll, porque eu achei que a série é bem mais puxada pro folk do que pro rock (e nem tem tanta referência a sexo assim). Mas, de fato, o abuso de drogas é meio pesado.
Por falar em folk, o encerramento e a abertura da série foram compostas exclusivamente para a história. A abertura é uma sequência muito bacana e vale muito a pena ver - o cenário, aliás, vai mudando conforme vão ocorrendo mudanças na história e isso é fantástico. O encerramento, no geral, é sempre o mesmo e se refere ao BoJack. Porém, em vários episódios, o encerramento muda e fala sobre o que aconteceu no episódio. É uma musiquinha chiclete que eu adoro, aliás. Ambos será colocados abaixo. Por favor, deem o play!



Os personagens não são completos esteriótipos de si mesmos... Eles vão sendo construídos e delineados conforme a história segue.
Como o próprio Aaron Paul diz em uma entrevista (Veja aqui, legendado em pt), a série é errada em todos os sentidos e, ainda assim, consegue momentos em que há uma exposição de sentimentos realmente muito sincera - e, talvez por isso mesmo, muito brutal para quem vê.
Basicamente, eu acho que a série (chamada de Comédia do Desespero por algum jornal que eu li, junto de Rick and Morty, que eu preciso ver) consegue algo que é difícil até para "produções sérias": criar pontes que permitem ao público criar laços e empatia por personagens abertamente babacas - e, ainda mais difíceis, babacas de um jeito comum, como eu e você e qualquer outra pessoa.
Então é. Eu gostei muito da série e super-recomendo. A temporada 3 sai em 2016 *chora*.
E é isso.
Enfim, cuidem-se!
Bom restinho de semana!
Kisus, kisus.

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Desabafo: Eu ainda queria ser famosa, mas não aqui
written by Tenie at sábado, 5 de setembro de 2015

Boa noite, pessoas! Tudo em cima?
Tudo certo por aqui. Continuo com essa gripe do cão, mas, como semana da pátria tá aí *dancinha*, eu vou ter um tempinho pra me recuperar *para dancinha, porque tá muito ruim pra fazer dancinha*
Esta semana, a madrinha deste blog, Shana, fez um incrível post sobre a nova blogosfera e a blogosfera que existia quando eu e ela começamos. Bom, eu o post me fez refletir sobre umas coisas sobre mim mesma e sobre este blog - e sobre o que eu e Kaku andamos fazendo nos últimos 8 anos. Ou seja, mais um post mega-pessoal e intransferível.
Quando eu fiz o Kaku, em 2006 ou 2007, eu queria que ele fosse muito bonito, fofo, com musiquinha calma e brilhinhos everywhere. Confesso, até hoje é só o que eu quero pro Kaku - simplicidade e fofura. E eu queria escrever e escrever sobre os animes e mangás que eu curtia e contar sobre como eu me sentia naquele espaço que era, a um só tempo, secreto e aberto. E, desde então, o Kaku foi o que é hoje: pessoal e intransferível.
Lá pelo final dos anos 2000, tínhamos uma abundância de Condomínios e esse tipo de blog semi-comunitário, e muitas opções de hospedagem de blogs (Blogger, UOL blog, Weblog (que era do Terra), um blogger que era do Globosites ou algo assim...) e sites (Geocities, tinha um que era do UOL também). Não lembro de ter XML, então tudo era feito em HTML quadradão. Tinha um montão de sites de fanfic e fanart que eram hospedados pelo Geocities e por sistemas semelhantes, que não tinham design refinado nem coisa nenhuma do gênero, mas que, se vocês me mostrassem agora, iam me deixar até emocionado. A estética da maioria deles era péssima, mas eu lembro de tudo ser muito bom, muito gostoso. Claro, a nossa cabeça faz as coisas antigas parecerem lindas e perfeitas.
Bom, eu fiz o Kakumei - que se chamava Tenie no Diary - e arrastei toda a minha turma de colégio pra blogosfera. Mas só eu tinha aquele comprometimento com o blog. Nunca perdi uma senha de blog e nunca fiz outro porque tinha esquecido do anterior. Eu me importei de aprender HTML, eu quis fazer meus próprios layouts, eu persegui o sonho do blog com brilhinhos e fofura. hahaha
Eu cheguei, nos tempos remotos da blogosfera, a ser colega da moça do HelloStar. Do tipo que ia uma no blog da outra e comentava e tal. Mas o HelloStar sempre teve uma pegada diferente da maioria dos blogs que eu conhecia e do meu próprio. Ele era mais profissional, por assim dizer. Mais geração atual de blogs - ou seja, ele era meio a frente de seu tempo, pelo menos, no meu círculo web-social.
O resto dos blogs regulares eram como o meu, bem pessoais. Confesso que, lá com meus 14 aninhos, eu me importava muito com quanto comentários eu recebia num post, quantos parceiros o Kakumei tinha... Eu era adolescente, era importante pra mim ser aceita em algum lugar - já que, na minha vida irl, eu não tinha achado aceitação em lugar algum.
Então, sim, verdade, apesar de eu só querer um lugar pra descansar com o Kaku, eu também queria ser popular. Mas não exatamente famosa. Eu queria ser popular, como quem era popular na escola - e tinha seu grupo e era ouvida e respeitada por ele.
Entre trazer todo mundo pra blogosfera e querer que todos me esquecessem, eu tentei criar um blog em grupo com minhas coleguinhas. Deu errado daquela vez, porque o nosso objetivo era ser popular, mas, quando passou um mês e não fomos agraciadas com o reconhecimento - e comigo sendo a única a carregar o negócio todo - desistimos. Anos mais tarde, tentei fazer um blog literário colaborativo que, olha só, também deu errado. E muito errado. Ainda bem, porque aí eu desencanei de vez dessa bobagem de blog em grupo.
Basicamente, enquanto a Shana estava aqui só pela diversão, eu fui ficando meio gananciosa.
Tinha também um blog de um tal de Dado (eu quero ver se alguém das antigas também chegou a conhecer esse blog), que queria "conectar vários blogs e divulgá-los". Esses blogs, longe do estilão sofisticado do HelloStar, eram bastante simples, mas tinham gifs 3D imensos e super-pesados de carregar. Na verdade, eu tinha dificuldade em navegar por aqueles blogs. A questão é que, eu querendo ser popular, aceitei fazer parte do projeto. Vieram vários comentários, mas comentários que só queriam ganhar mais comentários e views. Ninguém realmente lia as coisas que eu estava escrevendo, o que era incrivelmente incômodo para mim, e eu comecei a me cansar.
Eu tive uns outros blogs, aqui e ali. Um pra um livro que eu escrevia, outro para escrever de coisas secretas... E por aí vai. Todos excluídos há muito.
Nesse ínterim, descobri bem cedo que internet não é terra de ninguém e que, quando você dá seu url pra todo mundo, as pessoas vão ver o que você escreve. Altas tretas na escola porque eu não conseguia calar a boca. E, além disso, conforme o tempo foi passando, eu fiquei querendo que me deixassem escrever em paz, que, de preferência, nem me achassem. Somado ao meu saco cheio com aqueles blogueiros que só queriam comentários e views em seus sites difíceis de carregar, eu fui desistindo de postar no Kaku.
Uns anos depois, quando eu comecei a abandonar o Kaku por intervalos prolongados, eu criei o Só Escrevendo Mesmo, que servia apenas para pequenos contos e histórias, porque o sistema do UOL e meus conhecimentos de HTML eram ambos muy limitados e eu queria que as coisas fossem bem organizadinhas apenas. No fundo, não sei se eu queria muito que alguém achasse o S.E.M., mas eu ainda queria que as pessoas achassem as histórias e comentassem. Bom, no final, eu acabei crescendo meus olhos para cima da possibilidade do S.E.M. ser famoso... Bom, ainda tenho algumas ambições pra ele, mas meu ânimo arrefeceu e ele continuará a ser só um lugar para falar de histórias, de escrever e ler.
Atualmente, o S.E.M. é um morto-vivo, porque eu perdi o prazer em fazer pequenos textos, eu perdi o prazer em fazer resenhas, eu não tenho mais saco para como esse tipo de blog funciona. Digamos que, atualmente, eu não fico olhando várias resenhas sobre algo que eu quero. Eu só vou lá e compro - ou vou ao blog da Lolita (Livros, Nipon e Blá,blá,blá), que é super-recomendado, ou vejo um vídeo da Tati Feltrin ou da Gleice Couto. Eu não me importo muito mais com resenhas.
Eu sempre fui do tipo que demora pra ler posts, porque eu quero comentar só depois de ter feito uma leitura cuidadosa do que a pessoa escreveu. Eu quero estar 100% dedicada ao seu post enquanto eu o leio, porque você merece e porque o comentário que você merece receber é um comentário atencioso de alguém que entendeu o recado.
Antes do S.E.M., número de views nunca me importou. Com ele, peguei o mau hábito de ficar olhando o painel de visitação frequentemente, porque o blog era mais de divulgação e menos de... Tenie. Tem tudo a ver com os tempos em que eu comecei a ter contato com autores, em que eu estava fascinada pelo mercado editorial.
Passou o tempo, eu decidi fazer outro blog, só para resenhas - "Para de sonhar, menina!" - e dei as costas ao S.E.M., com o qual eu tinha e tenho uma relação emocional muito profunda. Erro crasso. Postei pouquíssimo no blog em questão e eu o via mais como algo que estava destinado à grandeza.
Claro que não deu em nada e, um belo dia, eu voltei ao S.E.M. e, agora, desejo reformulá-lo.
Digamos que, agora, eu dou mais valor à diversão de manter do um blog do que eu dava quando comecei. O Kakumei foi sempre um refúgio para mim e eu não quero perder isso. Essa atmosfera de estar em casa é o que eu mais prezo.
Então, é meio óbvio que eu não ligo e não vou correr atrás de blogs que querem mesmo é view, comentário e seguidor. Você pode querer isso, afinal, eu não sou ninguém pra te dizer o que querer, mas não é o que eu vejo como a melhor parte da blogosfera.
Pra mim, Tenie, a melhor parte de blogosfera é todo o processo, sabe? Ter algo pra cuidar, seu próprio cantinho, preocupar-se em mantê-lo arrumado... O processo de criar o layout, de fazer o html, de criar um post, e também os amigos que se faz e todo o processo de conhecê-los e reconhecê-los através de seus posts e seus blogs (Na verdade, essa parte é pra Shana e pra Viq). Então, é, eu estou num momento Fugere Urbem virtual e tô muito bem assim.
Claro que grande parte de mim ainda quer um blog influente, por motivos de que eu preciso de poder - não vou falar disso. É um projeto secreto - e poder é bom. haha Mas, por mim, o Kaku fica anônimo pra sempre, porque eu quero que aqui continue sendo a minha casa.
E, bom, é isso. Mais um post bem inútil, mas... Bom, nem ligo.
Só queria escrever mesmo.
Espero que estejam todos bem. Por favor, continuem se cuidando!
Kisus, kisus.


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