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O Kakumei é meu porto seguro no meio do mar revolto da internet desde 2006. Como toda navegante, eu sempre volto pro Kakumei e pro mar de nadas da internet. Bem-vinde ♥

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Tenie. CDF e nerd, muito cansada. Gosto de gatos e livros (e HQs), de sorvete e milkshake, coisas fofas e coisas assustadoras, playlists estilo Alpha FM. Sempre amei blogar pelo prazer de fazer um post, escolher os gifs, comentar nos bloguinhos amigos, e ficar de boas nesse semi-anonimato.

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Things have changed for me and that's okay
written by Tenie at quarta-feira, 20 de março de 2024

That Green Gentleman - Panic! At the Disco
I feel the same, I'm on my way

 

Então, coisas aconteceram.
A primeira vez que eu escrevi este post, eu fui amarga. Quero corrigir.
Coisas aconteceram e eu estou triste - talvez bem mais do que triste.
Eu recaí, eu cortei todo o meu cabelo, eu pensei em morrer e chorei até que tudo doesse. Eu quis que as pessoas me odiassem tanto quanto eu me odeio. Eu cortei meu cabelo porque eu achei que fosse a única coisa bonita sobre mim, a única que valesse a pena em mim.
As pessoas mudaram durante o tempo em que eu fiquei com depressão profunda e durante o tempo em que eu estive estável; eu mudei. Isso é ótimo e horrível.
Ótimo porque eu não quero ser a pessoa que eu fui, especialmente quando eu estava deprimida demais para me policiar em ser um ser humano decente.
Horrível porque eu nunca mais vou ser as coisas que eu gostava em mim de novo. Eu acho. Não sei se eu já gostei de algo em mim.
Às vezes - muitas vezes - eu ainda não gosto de nada.
Por isso eu cortei o cabelo.
Eu fui a uma festa de aniversário de um dos meus dois melhores amigos da faculdade. Eles continuam tão melhores amigos quanto eles eram.
Foi uma ideia arriscada, tola e imprudente, encarar uma situação social na mesma semana em que minha psiquiatra me disse que o que aconteceu foi um burnout seguido (ou dentro, sei lá) de um episódio depressivo, totalmente alimentado por ansiedade e pânico.
Eu fui - em partes eu me arrependo, em partes eu quis ir, e eu fui e isso importa pra mim.
Ninguém me tratou mal. Meus amigos nunca foram tão populares, mas acho que é porque todo mundo deve ser muito popular entre seus próprios amigos e ninguém dá atenção pra todo mundo num aniversário. O lugar que eu ocupei, física e emocionalmente, sumiu.
Tá, tá, isso chama manha e isso chama mimo (e drama), mas eu consigo ver que o lugar que um dia eu ocupei desbotou e sumiu. Eu não me vejo mais entre meus dois melhores amigos, não me vejo mais no mundo deles.

Talvez seja a minha depressão mentindo pra mim. Talvez seja minha cabeça mentindo pra mim, ela faz isso todo o tempo.
E eu sei, tudo aconteceu em 4 anos: eu fiquei doente, o mundo ficou doente, amores foram e vieram (e até ficaram), um deles casou, eles abriram uma empresa, eu pedi demissão do meu emprego, eu perdi minha avó, eu quase perdi duas outras pessoas, eu arrumei um freela, depois passei no mestrado, peguei bolsa, eu amei o mestrado, eu odeio o mestrado, eu mesma circulei por outros lugares.
E tudo aconteceu tanto todo o tempo, claro que a Tenie que era não cabe mais onde ela coube antes.
Eu tenho medo que meus amigos me odeiem (todos eles), que não queiram mais falar comigo e nunca me digam isso, que só sumam e, por consequência, que eu suma das vidas deles. Sem nem saber o motivo.
Eu tenho um medo quase doente de terminar sozinha, reminiscendo as coisas como foram. Lembrando de amigos e conversas e lugares e coisas que nunca mais vão ser e que nunca mais vou ter.
Não sou muito popular. Nunca fui. Não tenho amigos da escola e eu tinha aqueles dois amigos de faculdade que mal me respondem mais.
Eu também mal respondi por tanto tempo. Não tenho direito a reclamar disso. Eu mesma me encastelei.
Fico em dúvida se respostas são uma questão de prioridade ou só de tempo. Se você ama, você faz tempo pra pessoa? Não concordo totalmente.
Tudo acontece tanto. Todo o tempo. Especialmente dentro da cabeça de cada um.
A ansiedade tem um dom de segurar a mão e os pensamentos, mas talvez se eu amasse mais, de verdade, se eu fizesse x e y, se eu fosse...
Eu não sei. Eu só sei que eu não quero me sentir sozinha e eu não sei se você faz novos amigos depois dos 30. Talvez faça. Sei lá.
Mas sei lá também se será que amigos são o que eu preciso? Do mesmo jeito que um romance não era o que eu precisava pra me curar anos atrás, será que amigos que se afastaram são o que eu preciso? Eu quero. Mas eu preciso?
Digo, minha terapeuta e minha psiquiatra provavelmente diriam que eu PRECISO de amigos e de pessoas e de interação. Mas minha pergunta é: eu preciso do passado que eu lamento tanto? Eu não sei.
Eu queria.... Queria tudo de volta. Mas é isso? Eu não sei
Eu estou capengando por aqui. Mas indo.
Em dúvida se vale a pena ir, mesmo que o final seja solitário. Não o final literal, esse sempre é.

Todo mundo morre sozinho. Acho que isso eu posso aceitar.
Eu quero baixar um p*otos*op*, fazer um lay. Mas ainda não terminei meu último capítulo do mestrado, não acabei meus livros, não achei minha meia da Marceline que faz par com a meia da Jujuba e eu lavei separado pra não manchar....
Tudo parece ruim e uma bagunça.
E não tem nada que eu possa fazer além de um post em um blog velho que também perdeu seu lugar, mas ainda está por aqui, um fantasma dos anos 2000, pairando.

Acho que é isso. Só me resta arrastar umas correntes enquanto sigo.

Kisus,

Tenie.

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